Saturday, December 30, 2017

Folhas Soltas (3)




O rácio ‘poder do povo/liberdade do povo’ é uma relação proporcionalmente inversa. Todas as calculações diabólicas o são.


Interessante viver nestes tempos em que o capitalismo e a subversão revolucionária não mais têm necessidade de esconder a sua aliança. 


As necessidades de moralizar e de manter formas exteriores de decoro são típicas de civilizações às portas da dissolução.


Estamos já prontos para admitir que não são apenas os homens muçulmanos que não conseguem controlar os seus instintos sexuais quando se deparam com uma mulher não coberta?


Os modernos teóricos da conspiração são tão só vozes profanas e materialistas da tomada de consciencialização que o mal se propaga na Mundo.


Se vivessem durante a Idade Média, a sua habitação seria num mosteiro.


Se dúvidas existissem, note-se apenas no facto de que nenhum deles concebe a existência de uma conspiração com o objetivo da implementação do Bem na Terra.


De todos os sistemas que falam de uma Verdade mais elevada, os mais elevados são aqueles que não a tentam definir ou delimitar.


Já que a linguagem é um instrumento grosseiro e a mente um ilusório composto de matéria…


Pois o que faz parte do devir apenas possui uma existência subsidiária e não contém o seu princípio fundador.


Este princípio é o inimaginável, o não-criado, o ilimitado, que só pode ser compreendido fora de qualquer modo de existência.


Amaldiçoada seja o homem que por cada 10 ideias somente tem 9 corretas. Abençoado seja aquele que apenas segue o caminho correto.


A conceção ateística de culpa: como não poderás ter danação eterna, pagarás tão severamente quanto possível na Terra pelos altos crimes praticados contra o Progresso!


Um amigo recentemente frequentou um seminário New Age sobre a busca de significado e a necessidade de seguir os sonhos individuais como condição de realização espiritual. Mal de lá saiu promoveu numa nova tradução dos Protocolos dos Sábios do Sião!


A busca do infinito ultrapassa a busca do bom, já que o bom necessita do mal para existir.


‘A vítima necessita de ser acreditada sob quaisquer circunstâncias’ é uma típica arma marxista para avançar a sua ideologia: apela ao sentimentalismo, compaixão e à fraqueza moderna de ajudar os fracos e oprimidos.


Tal é ecoado na mentalidade escrava predominante que instintivamente apoia estes slogans.


O instinto de demonizar os ricos e poderosos, hoje tão em voga, desmascara a alma escrava do cidadão moderno.


Daqui, o niilismo atual que tudo nivela, equaliza e normaliza. Mais do que a ambição de combater a injustiça, existe horror a tudo que é apercebido como diferente e superior.


Neste sentido, por detrás dos slogans idealistas, jaz o desejo subversivo de nivelação. Tal sentimento é um instrumento das forças subversivas, cujos seus reais representantes atiçam para fins muito bem definidos e só visíveis ao observador mais atento.


Portanto, se a luta se estabelece apenas no domínio dos ‘atores’, nunca haverá uma recuperação dos ideais perdidos; é o próprio espírito da época que deve ser combatido e contido, mas apenas por valores espirituais de orientação oposta.


Parece que o problema é que as atuais instituições da sociedade ocidental e os seus líderes foram assaltados pelos negros espíritos subversivos.


Até há poucos séculos, a subversão ativa era avançada por poucos agentes; hoje, ela já é avançada pelo cidadão médio.


As verdadeiras forças subversivas são protegidas sempre que algum grupo ou organização são apontados como culpados pelos males do mundo.


Maior truque que o diabo pregou – mudarás o mundo através da conversão em massa aos teus ideais.


Maior truque que o diabo pregou – as tuas opiniões contam, garante que todos as escutam.


Maior truque que o diabo pregou – a missa missão na Terra é a de convencer os outros das minhas opiniões; seguramente tal beneficiará o cosmos.


Maior truque que o diabo pregou – Se eu passar a vida a ler livros e a memorizar passagens e factos, tal garantir-me-á um lugar no Céu.


Maior truque que o diabo pregou – apontar o dedo a todo o mal do mundo e criticar os que o promovem, tal contribuirá para o meu lugar no Além-Vida.


Maior truque que o diabo pregou – demonstrar aos outros as minhas boas qualidades e a pureza dos meus ideais por certo garantirá o meu acesso à vida eterna.


Maior truque que o diabo pregou – as minhas opiniões são realmente importantes; se apenas toda a humanidade se curvasse a elas.


Maior truque que o diabo pregou – mostrar o caminho aos outros certamente me beneficiará, mesmo que não o siga por agora.


Maior truque que o diabo pregou – tenho a certeza que estou perto da iluminação; se apenas conseguir ler mais 100 livros sobre tradicionalismo e religião.

3 comments:

  1. só discordo absolutamente do 'A busca do infinito ultrapassa a busca do bom, já que o bom necessita do mal para existir.' não distingo o infinito do bom, nem acredito que o bem precise do mal para existir. acho que já discutimos isto, mas da perspectiva Bíblica, o mal é a ausência de bem. o Demónio em si é um anjo caído, isto é, parte da criação, não parte do Criador.

    a série do 'maior truque do diabo' é óptima. estaria a mentir se dissesse que de vez em quando não caio na armadilha de pensar algumas dessas coisas (felizmente não todas, mas certamente algumas). é importante relembrá-las por isso.

    mais uma boa serie de aforismos. Obrigado.

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    1. Caro Ilo,

      De facto já discutimos esse ponto. No fundo, parece-me que ambas as hipóteses estão corretas - parece-me que talvez seja o ponto de vista que se tome: se se considera o Infinito, Deus, como Bom (como mencionas, ausência do Mal), ou o Infinito como busca da superação de todos os binómios (bem, mal, certo e errado, etc.). Nesta última, o Bom terá de ser alcançado mas eventualmente superado.

      Quanto aos aforismos do 'maior truque do diabo', fui infelizmente inspirado por experiência pessoal... Escrevê-los funcionou como uma espécie de catarse!

      Abraço,
      João.

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    2. Já agora, a própria Revelação Bíblica fala do aviso de Deus a Adão para não comer da árvore do bem e do mal, que provocaria a queda do homem e a sua separação irreparável com Deus

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