Traduzimos em baixo do inglês o prefácio escrito por Julius Evola à segunda edição, de 1937, da tradução para italiano dos Protocolos dos Sábios do Sião, publicados por Giovanni Preziosi.
Os Protocolos, tendo sido publicados pela primeira vez em 1903, têm sido alvos constantes de polémicas e horror, tanto por parte de partidários como dos seus detratores, estando no topo dos livros malditos do século XX, e cuja menção proscreve quem o faz a severas censuras, incluindo judiciais.
Menosprezado pela 'inteligência bem pensante' como uma mera falsificação, um libelo antissemítico que não merece o papel onde foi impresso e que é responsável pela contínua perseguição ao povo judaico, culminando no chamado holocausto da segunda guerra mundial; considerado por outros como a prova de que a história moderna é guiada por um conjunto de pessoas eleitas, os judeus neste caso, que manipulam os acontecimentos por detrás dos holofotes públicos e que guiam a humanidade a seu belo prazer - estas são as duas posições que geralmente são tomadas em relação a este documento, que ainda hoje no século XXI continua a exercer um fascínio inegável, tanto em detratores como em apologistas.
E não é curioso que, passado mais um século da sua publicação e da sua contínua condenação universal como uma mera teoria da conspiração, existam ainda hoje grandes setores da humanidade, que mesmo não conhecendo ou só tendo ouvido falar superficialmente dos Protocolos, continuam a acreditar nas mais variadas teorias da conspiração sobre acontecimentos que marcaram a recente história humana (JFK, ida do homem à lua, 11 de Setembro, etc.)? O que há por detrás desse pressentimento de que a história da humanidade não é um fruto do acaso, de que existem forças mais ou menos materiais ou pessoais, que nos guiam e que controlam o que acontece? Porquê os judeus figurarem em destaque na maior parte delas?
Aqui, Evola, evitando os dois campos extremos, reconhece por um lado o fato inegável que muitas das ações previstas nos Protocolos se terem realizado literalmente passado poucas décadas; por outro, não embarca na fácil posição antissemita que vê o judeu por detrás de todas os acontecimentos, a maquinar em concílio a destruição da humanidade.
Num tema tão denso e profundo, Evola enfatiza que os métodos historicistas e positivistas são de pouca valia para a compreensão deste documento, no sentido de conseguir uma 'prova' que cabalmente prove uma conspiração. Chama também a atenção para o facto de o ser judaico, por milénios já assimilado a forças cósmicas destrutivas, ser um instrumento de um conjunto de poderes espirituais subversivos, que consciente ou inconscientemente os servem. Quem nos garante que o próprio judeu não seja descartado por elas, quando a sua função tiver sido finalizada?
Que todos aqueles que têm a intuição que a chamada 'história' tem um sentido e que não existem 'acasos' no mundo terreno que não estejam ligados a forças espirituais, este texto ajudará a dar um contexto mais específico a acontecimentos da história recente e a inseri-los na linha descendente que a humanidade tem seguido e que se mantém nos dias de hoje, com cada vez menos possibilidades de inversão. Quanto aos novatos, que nunca tomaram contato com este texto ou com interpretações alternativas à chamada 'história oficial', esperemos que funcione para acicatar o tal 'pressentimento' de que os nosso modos de pensar e atuar talvez não sejsa assim tão livres e que em vez de sujeitos, podemos não passar de meros objetos da história.
Para tal, recomendamos a leitura dos Protocolos, numa qualquer das versões que existem e que são facilmente descarregáveis na internet.
Antes do prefácio, deixamos também a introdução que precede o mesmo na edição em inglês, para fornecer mais contexto ao leitor.
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Os ‘Protocolos dos Sábios do Sião’ alegam ser o
relato detalhado de vinte e quatro encontros Judeo-Mações, durante os quais um ‘Sábio
do Sião’, o líder de uma organização política judaica internacional, guiada por
um ódio insaciável e inextinguível pela Cristandade, se dirige aos líderes da
comunidade judaica para apresentar um plano maquiavélico de conquista mundial.
As primeiras nove ‘conferências’ consistem numa análise dos meios usados para
levar a cabo o plano, que consiste na destruição dos estados-nações monárquicos
e outros através de guerras, revoluções e ideologias desintegrativas como o
liberalismo, socialismo, comunismo, anarquismo e democratismo – todas as quais
os judeus, que consideram a política como uma arte subtil e sublime, detestam.
As últimas quinze ‘conferências’ descrevem o superestado que será criado sobre
as ruínas da ordem tradicional.
Originalmente escritos em francês, num ‘francês
pobre’, os ‘Protocolos dos Sábios do Sião’ foram primeiro publicados em 1903
sob o título ‘Programa Judeu para Conquista Mundial’, no jornal de São
Petersburgo Znamjo, que era editado
por um homem tido por antissemita. Em 1905, o místico russo Alexandrovitch
Nilus publicou uma versão alargada do documento e é esta versão que se tornou a
‘clássica’. A sua fama começou depois da revolução bolchevique, mas não em
círculos bolcheviques: todas as cópias que se sabiam existir na Rússia foram
destruídas durante o regime de Kerensky, e, durante os seus sucessores, a posse
de uma cópia dentro do território soviético era um crime suficiente para
assegurar que o seu dono seria abatido a tiro no local. De 1918 a 1920, muitas
edições novas circulavam entre os exércitos brancos que combatiam o poder do
regime comunista na Rússia. Elas espalharam-se via emigração russa e foram
traduzidos para outras línguas europeias. Em 1920, os ‘Protocolos’ foram
publicados em francês, em Paris, em húngaro em Viena, e em inglês, em Boston e
Londres: em Maio de 1920, num artigo intitulado ‘O Perigo Judeu. Um panfleto
perturbador: uma chamada para investigação’, o London Times assegurou a sua autenticidade, apesar de tal já ter
sido questionado por fontes variadas, como este influente jornal reconheceu
poucos meses mais tarde. A tradução italiana foi traduzida e publicada no ano
seguinte por Giovanni
Preziosi.
Foi republicado por Preziosi 17 anos mais tarde, em
1938, com o prefácio de Julius Evola, que tinha escrito artigos sobre o
problema judaico para o jornal de Presiozi Vita
Italiana durante vários anos por esta altura. Entre estes artigos, havia
uma descrição dos procedimentos instituídos em 1933 em Berna pelas organizações
da comunidade judaica locais, contra um homem que tinha posto a circular cópias
da edição alemã dos ‘Protocolos dos Sábios do Sião’ durante um encontro da
Frente Nacional Suiça (“Il
processo di Berna e l'autenticità dei "Protocoli", Outubro, 1937).
Neste artigo Julius Evola também examinou a questão da autenticidade deste
documento; no artigo “La Volontà di potenza ebraica e l'autenticità dei
"Protocolli" (Dezembro de 1937), ele mostrou que “o espírito da mais
ortodoxa tradição judaica com respeito à vontade de dominação mundial inerente
na ideia messiânica israelita” está refletida nos ‘Protocolos’. Na primeira
parte do seu prefácio ao ‘I Protocolli dei Savi Anziani di Sion’, ele sumarizou
a visão expressa na primeira e desenvolveu as ideias expostas no último; elas
são suplementados, na sua segunda parte, por uma análise, tanto do ponto de
vista teórico como prático, da influência do espírito judaico nos campos
económico e principalmente cultural, que ecoa passagens dos seus ‘Três Aspetos
do Problema Judaico’ e do ‘Apresentação do Problema Judaico’, enquanto as
partes que tratam das questões sobre a génese destrutiva do Judaísmo, da ‘Lei’
e revolução, do ódio judaico, e das formas modernas de manifestação do
Judaísmo, podem ser consideradas como antecipações do nono capítulo do seu
livro ‘O mito do sangue’. A questão dos ‘Protocolos’ foi também examinada no ‘Homem
entre as Ruínas.’
Prefácio aos “Protocolos dos Sábios do
Sião”, por Julius Evola
A
importância deste documento, que a Via
Italia acabou de reimprimir, não pode ser suficientemente enfatizada. Ele
apresenta uma ‘motivação’ espiritual como poucos outros, ele revela horizontes
insuspeitos e chama atenção para problemas fundamentais relacionados com ação e
conhecimento, os quais não podem ser negligenciados ou adiados, especialmente
nestas horas decisivas na história do Ocidente, sob pena prejudicar gravemente
a ofensiva daqueles que lutam em nome do espírito, da tradição e da verdadeira
civilização.
Dois
aspetos, particularmente, exigem atenção nos ‘Protocolos’. O primeiro
relaciona-se com a questão judaica diretamente. O segundo tem uma importância
mais geral e leva-nos a tratar a questão das verdadeiras forças a atuar na
história. Para o leitor entender completamente o que aqui dizemos, pensamentos
que é conveniente trazer à liça certas considerações essenciais para uma boa orientação
neste assunto.
Para
este propósito, é necessário examinar o famoso problema da ‘autenticidade’ do
documento, sob a qual certos partidos tentaram tendenciosamente focar toda a
atenção do público, só por intermédio da qual tentaram determinar a importância
e a validade do texto. Este método é na realidade verdadeiramente infantil1.
Obviamente, pode-se simplesmente negar a existência de uma força diretiva
secreta por detrás dos eventos históricos. Mas não se pode admitir, mesmo como
mera hipótese, que qualquer coisa desse género exista, sem reconhecer que
deve-se tornar necessário realizar um tipo de investigação muito diferente do
que aquele que é baseado em ‘evidências documentárias’ no senso comum do termo.
Aqui, como foi corretamente apontado por Guénon, cabe o ponto fundamental, o
qual põe a questão da ‘autenticidade’ em perspetiva: o facto é que nenhuma
organização secreta verdadeiramente séria e verdadeira, qualquer que seja a sua
natureza, deixa um rasto de ‘documentos’ escritos. Será só por intermédio de um
processo indutivo que a importância de textos como os ‘Protocolos’ pode ser
determinada. Isto significa que o problema da sua ‘autenticidade’ é secundário
ao mais sério e essencial problema da sua ‘veracidade’, como já foi enfatizado
por Giovani Preziosi quando os publicou pela primeira vez há dezassete anos
atrás. A conclusão séria e positiva de toda a controvérsia que se desenvolveu
desde então, mesmo que assumamos os ‘Protocolos’ como não ‘autênticos’ no
sentido estrito, é a mesma coisa como se eles os fossem, por duas decisivas e
capitais razões:
1)
Porque
os factos mostram que eles descrevem verdadeiramente o verdadeiro estado dos
acontecimentos;
2)
Porque
a sua correspondência com o corpo de ideias do Judaísmo tradicional e moderno é
indisputável.
Como
o julgamento de Berna provocado pelos ‘Protocolos’ foi expansivamente falado,
devemos descrevê-lo aqui, para que o leitor saiba onde se situa e para que não
se deixe influenciar pela cobertura tendenciosa do mesmo. O julgamento de Berna
foi na verdade apenas uma manobra por parte do Judaísmo tradicional, que
pretendia usar o sistema de justiça suíço, ou, para o pôr melhor, a ‘justiça’
marxista suíça, para obter uma espécie de determinação oficial legal da
não-autenticidade do documento que tanto transtorna Israel. Que foi realmente
apenas uma manobra torna-se claro pela mesma impossibilidade de lá se levantar
a questão da autenticidade dos ‘Protocolos’. Basicamente, o tribunal de Berna
admitiu a queixa feita por certas comunidades israelitas contra um certo Silvio
Schnell, que tinha distribuído algumas cópias da edição alemã dos ‘Protocolos’
num encontro nacionalista, com base no artigo catorze da lei do Cantão de Berna
sobre literatura subversiva e imoral. Partindo desta base, de um ponto de vista
estritamente legal, o tribunal de Berna não deveria ter tomado qualquer
interesse sobre o problema da autenticidade dos ‘Protocolos’, mas deveria
simplesmente ter decidido se os ‘Protocolos’, independentemente da sua
veracidade ou falsidade, eram ou não repreensíveis de acordo com a lei acima
mencionada, eram conducentes a incitar uma parte da população suíça contra a
outra. O Judaísmo no entanto distorceu este requerimento ao focar a atenção
sobre o problema da autenticidade, em ordem a atingir a conclusão desejada.
Neste respeito, aqui está uma declaração significativa do grande Rabi de
Estocolmo: “Este não é um processo contra Schnell e os seus amigos, mas um de
todos os israelitas do mundo contra os seus detratores. Setenta milhões de
judeus têm os seus olhos fixos em Berna”.
Depois
de um ano de procedimentos, o tribunal de primeira instância acabou por
condenar Schnell, pelo que os judeus alegremente inferiram que se tinham visto
livres dos ‘Protocolos’. Este triunfo foi de pouca dura. Em Novembro de 1937, o
tribunal de apelação de Berna anulou a sentença prévia, exonerou Schnell,
ordenou as queixosas comunidades judaicas a pagar custos e declarou-se incompetente
para ajuizar da questão da autenticidade dos ‘Protocolos’.
Mas
a questão da autenticidade já tinha sido levantada no primeiro julgamento.
Quais foram os resultados? Mais uma vez, negativos. A frente judaica tentou
atingir os seus objetivos essencialmente por dois meios: por testemunhos falsos
e pela tese de ‘plagiarismo’. Como aqui não podemos entrar em detalhes,
vamo-nos limitar aos seguintes comentários: uma certa Sra.
Kolb, previamente condenada por fraude e falsificação como “Príncesa
Radziwill”, declarou, numa deposição habilmente urdida em conjunção com uma
amiga e um certo Conde de Chayla – uma personagem mais que suspeita, um
paranoico, aventureiro e traidor, uma vez condenado à morte, depois perdoado –
que os ‘Protocolos’ foram escritos em Paris por volta de 1905 por três agentes
da polícia secreta russa, com a intenção de atiçar uma campanha de publicidade antissemítica.
No entanto, os ‘Protocolos’ foram demonstrados ter estado na posse de um certo
Stepanoff, em 1895, e de Nilus, em 1902, e de terem sido publicados todos no
jornal russo ‘Znamja’, em 1903, isto é, dois anos antes da sua suposta
compilação em Paris! Acrescente-se, foi provado que nenhum dos três russos
nomeados, a saber, Ratchkovsky, Manuellov e Golovinsky, estavam em Paris
quando, de acordo com a Sra. Kolb, eles supostamente
“inventaram” os ‘Protocolos’.
O
outro meio de ataque foi a acusação de ‘plagiarismo’. Um equívoco sério nasceu
aqui. Basicamente, o problema do valor dos ‘Protocolos’ é bastante diferente daquele
que poderá surgir em relação a um trabalho de literatura, o qual poderia ser
resolvido pela examinação da sua originalidade e do direito de alguém se
considerar o seu autor. Aqui, a questão é totalmente diferente. O ‘Times’ já
tinha levantado a questão do plagiarismo em 1903, ao apontar que o texto copia
ideias e frases de um panfleto publicado em 1864 por um certo Joly (o próprio
um meio-judeu, revolucionário e pedreiro-livre) sobre os métodos usados numa
política maquiavélica de dominação. Esta correspondência, ou este ‘plagiarismo’,
é real e não é limitada ao trabalho de Joly, mas aplica-se a outras obras então
existentes. No entanto, o que tal nos diz? Em decidir se os ‘Protocolos’
correspondem a um programa de dominação mundial de uma organização oculta, não
faz diferença se o autor os compôs e escreveu-os de início ao fim, ou se, no
curso da sua composição, também usou ideias e elementos de outros trabalhos,
criando então, sob o ponto de vista literário, um ‘plagiarismo’. A controvérsia
antissemítica já trouxe à luz toda uma série de ‘fontes’ ou antecedentes dos ‘Protocolos’,
os quais no geral tiveram a sua inspiração de uma única corrente de ideias e
refletem, frequentemente numa forma ‘ficcionalizada’, a consciência confusa de
uma verdade. A verdade é que toda a orientação do mundo moderno conforma-se a
um plano pré-estabelecido, como se implementada por uma organização misteriosa.
Então, o problema da ‘autenticidade’ traz-nos de
volta de novo ao do da ‘veracidade’. No que concerne à ‘autenticidade’, o
resultado do julgamento de Berna é, como explicámos, negativo: a acusação não
sucedeu em provar que os ‘Protocolos’ eram falsos. Mas, legalmente, a defesa
não necessita de provar a autenticidade do documento impugnado; é à acusação
que cabe provar a sua falsidade. Mas desde que, apesar de todos os esforços do
Judaísmo – os testemunhos concertados, a tese de ‘plagiarismo’, os documentos
tendenciosos fornecidos pelos soviéticos, as manobras que conseguiram tornar
todos os documentos da defesa inadmissíveis (pelo menos em primeira instância),
um relatório extremamente tendencioso do assessor Loosli, um notório
filo-semita, e por aí em diante – eles não conseguiram provar a sua falsidade,
a situação é clara e a questão da ‘autenticidade’ é liquidada, isto é, está uma
vez mais subordinada a um teste duplo de carácter superior, que é, deixem-nos repetir
de novo: 1) a prova dos factos; 2) a prova pela prova do espírito judaico.
Tendo dado estas clarificações, é agora possível
passar ao conteúdo dos ‘Protocolos’.
Eles contêm o plano para uma guerra oculta, cujo
objetivo é a total destruição, nos povos não-judaicos, de toda a tradição,
classe, aristocracia e hierarquia e de todos os valores morais, religiosos ou
supra-materiais. Com este fim em vista, uma organização internacional oculta,
comandada por líderes reais plenamente conscientes dos seus objetivos e dos
métodos a serem seguidos para alcançá-los, parecia por muito tempo ter
exercido, e continuando a exercê-lo, uma ação unitária invisível, que constitui
a fonte de todas as formas de corrupção da civilização e sociedade Ocidentais:
liberalismo, individualismo, igualitarismo, pensamento livre, Iluminação antirreligiosa
e várias adições, as quais, seguindo estas, trariam a revolta das massas e o
próprio comunismo.
É importante notar que a absoluta falsidade de
todas estas ideologias é expressamente reconhecida: elas são apresentadas como
tendo sido criadas e propagadas apenas como instrumentos de destruição e, em
relação ao Comunismo, os ‘Protocolos’ vão ao ponto de declarar: “Se nós fomos
capazes de os trazer a tal estado de estúpida cegueira, tal não será prova, e
uma prova incrivelmente clara, do grau de subdesenvolvimento em que a mente do
GOYIM se encontra em relação à nossa? Isto é, essencialmente, o que garante o
nosso sucesso”. (Protocolo XV).
Não só eles falam de ideologias políticas que terão
de ser instiladas sem que alguém seja permitido a perceber os seus significados
verdadeiros e os seus objetivos, mas eles também falam de uma ‘ciência’ criada
com o propósito geral de desmoralização, e referências significativas são feitas
à superstição cientista do ‘Progresso’, ao Darwinismo, ao Marxismo e à
sociologia historicista, e por aí em diante. “Os Goyim já não são capazes de
pensar, no campo da ciência, sem a nossa ajuda”, enquanto, uma vez mais, a
falsidade de todas essas teorias é reconhecida (I, II, III, IV).
Em terceiro lugar, encontramos discussão sobre uma ação
especificamente cultural: dominar os centros de ensino oficial, controlar,
através do monopólio da imprensa popular, a opinião pública; espalhar nos
chamados países de liderança uma literatura desenfreada e equívoca (XIV);
provocar, portanto, como contraparte do derrotismo social, um derrotismo moral,
a ser incrementado através de uma ataque sobre os valores religiosos e seus
representantes, a ser levado a cabo, não direta e abertamente, mas por
incitamento ao criticismo, suspeita e rumores desonrosos em relação ao clérigo
(XVI, IV).
A ‘mercantilização’ da vida é indicada como sendo
um dos principais meios de destruição; então, também, a necessidade de ter uma
multidão de ‘economistas’ como instrumentos conscientes ou inconscientes dos
chefes secretos. Quando os valores espirituais que foram a raiz da antiga
autoridade foram destruídos e substituídos por cálculos matemáticos e
necessidades materiais, todos os povos do mundo devem ser levados a uma guerra
universal, na qual é assumido que cada seguirá os seus interesses próprios e
que todos continuarão ignorantes do inimigo comum (IV); finalmente, é proposto
o encorajamento de várias ideias de grupos competidores e, em vez atacá-los,
utilizá-los na realização do plano global, para que a capacidade para
providenciar apoio para as mais diversas conceções, da aristocrática e da
totalitária até à anarquista ou socialista, seja reconhecida, desde que os
efeitos contribuam para o objetivo comum (V, XII). A necessidade de destruir a
vida familiar e a sua influência na educação espiritual é também reconhecida
(X), assim como é a de tornar estúpidas as massas através do desporto e de
distrações de todos os tipos e de acicatar as suas paixões e tendências irracionais
até ao ponto no qual elas perdem todas a capacidade de discriminação (XIII).
Esta é a primeira fase da guerra oculta: o seu
objetivo é criar um enorme proletariado, reduzir as populações a um amontoado
de seres sem tradição e força interior. Então é proposta uma posterior ação,
com base no poder do ouro. Os chefes secretos controlarão o ouro globalmente e,
por esse meio, os povos já desenraizados, juntamente com os seus líderes aparentes,
mais ou menos demagógicos. Enquanto que, por um lado, a destruição procederá
através de venenos ideológicos, revoltas, revoluções e conflitos de todos os
tipos, os mestres do ouro irão excitar crises na economia doméstica em todo o
lado, com o intento de levar a humanidade a um tal estado de prostração,
desespero e total desconfiança em relação a qualquer ideal ou sistema que a
tornarão um objeto passivo nas mãos dos dominadores invisíveis, que se irão
então manifestar e impor como chefes absolutos mundiais. O Rei de Israel estará
à sua cabeça e a antiga promessa do Reino do ‘Povo Escolhido’ será atingida.
Esta á a essência dos ‘Protocolos’. O problema mais
abrangente com o qual está ligado tem vários aspetos.
O judeu Disraeli uma vez escreveu estas
significativas palavras: “O mundo é governado por personagens muito diferentes
daquelas imaginadas pelas pessoas que não estão por detrás da cortina”. A
importância dos ‘Protocolos’ consiste, primeiro e antes de tudo, em estimular a
suspeita, o pressentimento, de que a história tem uma ‘terceira dimensão’, que
uma ‘inteligência’ pode estar escondida atrás dos líderes aparentes e dos
eventos e de que muitas das causas presumidas são apenas efeitos de uma
influência subterrânea. O que os ‘Protocolos’ dizem sobre uma mentalidade pseudocientífica,
criada somente com um pré-estabelecido plano em vista, é particularmente
importante; a maneira ‘científica’ ou ‘histórica’ de olhar para a história
acerta exatamente nesta descrição e tem como objetivo desviar sistematicamente
a atenção do plano onde as causas verdadeiras entram em ação. Nada é mais
significativo que esta passagem do Protocolo XV: “A mente puramente bruta do
GOYIM é incapaz de uso para análise e observação, e ainda mais para prever para
onde uma certa maneira de pôr uma questão pode tender. Nesta diferença na
capacidade para pensamento entre o GOYIM e nós pode claramente ser discernido o
selo da nossa posição como o Povo Escolhido e da nossa mais elevada qualidade
de humanidade, em contraste com a mente bruta do GOYIM. Os seus olhos estão
abertos, mas nada vêm à sua frente e não inventam (a não ser, talvez, coisas
materiais). Disto é claro que a própria natureza destinou-nos a guiar e a
dominar o mundo.” O mesmo protocolo enfatiza: “Porque os povos, em relação aos
segredos da nossa política, são crianças, são eternamente menores, assim como
os seus governos”.
Não é por acaso que a história recente nos mostrou
as fases de um sistemático e progressivo trabalho de destruição espiritual,
política e espiritual e, neste respeito, os ‘Protocolos’ oferecem-nos, para
dizer o mínimo, o que um cientista chamaria uma ‘hipótese de trabalho’, ou
seja, uma ideia básica cuja veracidade é confirmada pela sua capacidade de
organizar, por via de pesquisa indutiva, um corpo de factos de outro modo
aparentemente não relacionados e espontâneos, ao exibir a sua lógica e a sua
direção única. Este é o segundo aspeto a tomar em conta.
O facto é que o conteúdo dos ‘Protocolos’, na sua
primeira parte, que versa sobre as etapas e os meios da destruição, corresponde
de uma maneira impressionante ao que se desenrolou, e continua a desenrolar, na
história recente, como se os chefes dos vários governos, os líderes aparentes
dos vários movimentos, e todos os que fizeram ‘história’ no século passado,
fossem apenas os executores inconscientes de uma plano pré-estabelecido há
muito tempo atrás, por esse texto ou por outros, como já mencionámos. É por
isto que Hugo Wast (Oro,
Buenos Aires, 1935, p. 20) escreveu: “Os ‘Protocolos’ podem ser falsos,
mas estão a ser levados a cabo primorosamente”, e Henry Ford, no jornal World, 17 de Fevereiro, 19212,
escreveu: “A única declaração que cabe fazer sobre os Protocolos é que
eles encaixam no que se está a passar. Eles têm dezasseis anos de idade e
encaixaram na situação mundial até aos dias de hoje. Eles encaixam hoje.” Henry
Ford refere aqui a primeira edição, a de Nilus, mas a controvérsia antissemítica
estabeleceu que eles datam até vinte anos antes e que o documento original foi
conhecido por Bismarck. A própria história então prova a veracidade dos ‘Protocolos’
de uma maneira que as acusações dos seus oponentes não podem refutar, e que
todas as dificuldades dos ‘espíritos positivos’ clamam encontrar, e que eles
afirmam mudar os termos do problema, resultam não meramente de superficialidade
mas de clara irresponsabilidade – não de “objetividade”, mas de preconceito.
Via capitalismo, a mentalidade do ghetto espalha-se
às civilizações arianas, o que ao mesmo tempo estabelece a fundação para a
revolta das massas trabalhadoras. De acordo com isto, os judeus, Marx,
Lassalle, Kautsky e Trotsky, dão às massas as mais poderosas armas ideológicas,
sob a forma de falsificações materialísticas do mito messiânico, sempre
subordinando o movimento a um objetivo preciso: a destruição de todos os
vestígios de verdadeira ordem e de civilização diferenciada. Táticas ocultas paralelas,
com o mesmo fim, engendram os mais profundos conflitos internacionais e
financeiros judeus armam extensivamente cada frente militarista, enquanto, por
outro lado, a ideologia judeo-masónica do liberalismo e da democracia prepara
coligações oportunas. O conflito mundial de 1914-18 estala, cuja verdadeira
significação, de acordo com as declarações oficiais do Congresso Maçónico
Internacional que foi realizado em Paris durante o Verão de 1917, foi a guerra
santa da democracia, “a coroação do trabalho da Revolução Francesa” (sic), a
qual teve em vista não esta ou aquela reclamação territorial, mas a destruição
dos grandes impérios europeus e a formação da Liga das Nações como um
omnipotente superestado demo-maçónico. O capitalismo judeu-americano financia a
Revolução Russa (com a qual a aristocracia inglesa estava também envolvida) e
como, com o colapso da Rússia, um primeiro objetivo é alcançado, a América
intervém diretamente, sem qualquer razão manifesta, e os Impérios Centrais
encontram o mesmo destino que o da Rússia.
Depois da guerra, as chamas revolucionárias
acendem-se por todo o lado, tanto nas nações conquistadas como nas vitoriosas,
e o poder do Judaísmo toma um fenomenal passo em frente, através da dívida
universal, através de uma tirania secreta no estado soviético e através do
controlo da opinião pública mundial e abrangente influência cultural. No
entanto, já que os objetivos da revolta na Europa não são alcançados, eles
passam a uma nova fase.
A Terceira Internacional abruptamente muda de táticas
e alia-se, via Frentes Populares, com a Segunda Internacional e com as grandes
democracias capitalistas, desmascarando assim a estrutura da guerra secreta.
Depois do falhanço das sanções, todas estas coisas acontecem duma vez: os
sovietes provocam a revolução em Espanha, aliam-se resolutamente com a França Judaico-Maçónica,
e assumem, em cooperação com as políticas secretas antifascistas de Inglaterra,
um papel orientador na Liga das Nações. Alianças decisivas são desta forma
preparadas. O leitor irá encontrar uma excelente reconstrução da ‘guerra oculta’
no livro de Malinski e de de Poncins que é intitulado, precisamente, ‘La guerre
occulte’ e no artigo na Vita Italiana: ‘Está
Israel a provocar uma guerra?’. Este é de facto o prelúdio às fases finais do
plano dos ‘Protocolos’. Na realidade, adotar como hipótese de trabalho as
ideias essenciais deste manuscrito ‘apócrifo’ é encontrar um guia fiável para
uma significação unitária mais profunda de todas os importantes levantamentos
dos tempos recentes. É por isto que Adolf Hitler o considerou sem dúvida o meio
mais poderoso de acordar o povo germânico3.
Podemos agora passar a outras considerações que
demonstrarão a veracidade dos ‘Protocolos’, não só como sigillum veri, mas
também como testemunho de uma influência especificamente judaica. Basicamente,
mesmo assumindo que a subversão do Ocidente tem como seu fundo uma causalidade
superior, temos ainda que provar estritamente que os judeus são verdadeiramente
responsáveis por ela. Por outras palavras, mesmo assumindo que os ‘Sábios’
existem, temos de determinar se eles são na verdade ‘Sábios do Sião’, se
desejamos ser insuspeitos de fazer uma interpretação tendenciosa, derivada
meramente de apontar o judeu como responsável por toda e qualquer subversão e
assim justificar uma campanha antissemítica extremista.
Esta é certamente uma questão legítima, mas só
enquanto a pudermos perguntar em relação a uma organização que é ex hypothesi
oculta. Na Maçonaria, até os mais altos dignatários desconhecem quem são exatamente
os chamados ‘Superiores Desconhecidos’, aos quais devem obediência, quem são e
os dos quais se podem até sentar ao lado sem serem capazes de os identificar.
Não podemos portanto esperar produzir cartões de identidade autentificados dos ‘Sábios’ em ordem a colocar os problemas que advêm dos
‘Protocolos’ no contexto da questão judaica. Isto no entanto não nos impede de
chegar a um ‘processo de evidência’ bastante preciso.
Comecemos por dizer que não podemos apoiar o tipo
de antissemitismo fanático que vê o judeu em todos os lugares, como um deus ex
machina, e que finalmente cai nesse tipo de ratoeira. De facto, como Guénon
mencionou, um dos meios de defesa das verdadeiras forças ocultas consiste em
chamar tendenciosamente toda a atenção dos seus adversários sobre pessoas que
são apenas responsáveis parciais por determinadas perturbações, tornando-as
então os bodes expiatórios sobre os quais todas as reações são apontadas,
deixando-os então livres para continuar o seu jogo. Isto é verdade, num certo
sentido, com respeito à questão judaica. Meramente notando o papel pernicioso
do judeu na história da civilização não deve ofuscar uma investigação mais
funda, a qual nos pode tornar conscientes de forças para as quais o Judaísmo
foi, em certa extensão, apenas o instrumento.
Além disso, os ‘Protocolos’ frequentemente falam imprecisamente
sobre Judaísmo e Maçonaria, pelo que um lê “conspiração Judaico-Maçónica”, a
nossa dividida “Maçonaria”, e no final da primeira edição: “assinada por todos
os representantes do Sião do grau 33”. Já que a teoria de que a Maçonaria é uma
criação exclusiva e instrumento do Judaísmo é, por várias razões, impraticável
– veja o nosso “As relações entre a Maçonaria e o Judaísmo”, na Vita Italiana, Junho de 1937, onde
demonstramos que a judaização da Maçonaria ocorreu essencialmente no século
dezoito – decorre que é necessário referir para uma muito maior estrutura de
forças subversivas ocultas, as quais estamos até inclinados a pensar não é
puramente humana. De mais, as principais ideologias indicadas pelos ‘Protocolos’
como sendo instrumentos de destruição, que de facto têm esse efeito histórico
(liberalismo, individualismo, cientismo e racionalismo, etc.) são só os últimos
elos numa cadeia de causas que são impensáveis sem antecedentes como, por
exemplo, o humanismo, a Reforma, o Cartesianismo, todos os quais são fenómenos
que ninguém pode seriamente imputar a uma conspiração judaica – exceto Nilus,
na medida em que, num apêndice à sua edição dos ‘Protocolos’, ele faz datar a
conspiração judaica a 929 B.C.4.
Talvez Nilus pressentisse uma certa verdade, de
modo confuso. As várias etapas no progresso destrutivo da Serpente Simbólica,
do qual ele nos informa, são no seu todo perfeitamente reais, mas é
aconselhável examiná-las numa estrutura bem mais alargada e objetiva: a queda
da antiga, sagrada Grécia Dórica e o surgimento da Grécia mais ‘humanista’; a
degenerescência do Império Romano; a degenerescência em absolutismo do Sacro
Império dos Povos Germânicos com Carlos V e com a Reforma; a preparação da
Revolução Francesa (iluminismo, racionalismo, absolutismo); as manobras
anti-tradicionais da Inglaterra mercantil; os ataques sobre a Áustria e as
intrigas dentro da Alemanha; e a antecipação do Bolchevismo, o ponto de chegada
da ‘serpente’. No entanto, por contraste, devemos lembrar que a ação
positivamente destrutiva da organização internacional judaica desenvolveu-se
num período mais recente, e que os judeus encontraram um campo já minado por um
processo de decomposição e involução, cujas origens datam a tempos já muito
distantes, que estão ligados a uma cadeia de causas muito complexas (ver ‘A
Crise do Mundo Moderno’, René Guénon; ‘Revolta Contra o Mundo Moderno’, Julius
Evola). Eles usaram esse campo e, por assim dizer, enxertaram a sua própria
ação nele, acelerando o ritmo destes processos. Portanto eles não podem ser os
únicos responsáveis pela inteira subversão universal. Os ‘Sábios do Sião’ são realmente
um muito maior profundo mistério do que a maioria dos antissemitas, ou aqueles
que, pelo contrário e por razões diferentes, reduzem tudo ao internacionalismo
maçónico ou a algo desse género, podem imaginar.
Pensamos que esta adenda é eminentemente
justificada. No entanto, tento estabelecido isto, a ‘presunção’ que aqui
indicamos, e que constitui a segunda base da veracidade dos ‘Protocolos’, é
completamente justificada, e guia a resultados muito precisos.
Aqui, devemos distinguir dois aspetos, um prático,
o outro ideológico. Em termos práticos, somos supostos imaginar que tantos
eventos que culminaram em vitórias para o Judaísmo, junto com a infalível
presença de judeus, meios-judeus ou agentes to Judaísmo em conivência com a
Maçonaria judaizada, em todos as principais assentos da moderna subversão
social, política e cultural, foram fortuitos? É suposto ignorar o facto de
Israel não apenas ter permanecido unido, apesar da dispersão, mas que os
agentes do Judaísmo, citando quase literalmente as palavras dos ‘Protocolos’, reconheceram
que tal dispersão tem um caráter providencial, já que facilita a dominação
universal prometida a Israel? E, não nos enganemos, neste respeito, existe
também uma unidade que é bastante diferente da unidade abstrata e ideal.
Israel, a inacessível célula em cada nação, o povo dentro de todos os povos e,
em alguns casos, como na Checoslováquia, mesmo estado dentro do estado, tem o
seu próprio parlamento supranacional, com legítimos delegados eleitos pelos
judeus de cada país, que regularmente se encontra e toma decisões, sem,
obviamente, ser obrigado a entregar um relatório completo e público destes a
qualquer Goy que o deseje. Por outro lado, existe um domínio cujas suposições e
induções de nada valem relativamente a estatísticas esmagadoras: o facto é que,
onde os judeus obtiveram emancipação e igualdade, eles não as usaram para
estabelecer relações normais com os Goyim, mas para subir imediatamente às principais
posições de responsabilidade e de privilégio social e para então desenvolver,
mais ou menos visivelmente, hegemonia real. Se os princípios de democracia e
liberalismo foram criados pelos ‘Sábios’, ou não, o facto é que, em todos os
países e épocas em que esses princípios prevaleceram, o judeu impregnou,
parasiticamente ou tiranicamente, os mais altos degraus da cultura e da sociedade,
onde exerceu indubitavelmente uma influência destrutiva e corrosiva e onde
teceu uma corda de solidariedade racial internacional que, deixando de lado a
plano de uma verdadeira guerra secreta, tem o caráter de uma conspiração. É
tudo isto mero acaso?
Mas este especto prático da influência judaica está
ligado na sua raiz ao problema teorético. Para apresentar o problema judaico
propriamente, para perceber o verdadeiro perigo do Judaísmo, é necessário
trabalhar na premissa de que o que é fundamental para o Judaísmo não é tanto a
raça (no sentido biológico estrito) como a Lei. ‘A Lei’ significa o Antigo
Testamento, a Tora, mas também, e especialmente, os seus desenvolvimentos
posteriores, o Mishnah e, finalmente, o Talmude. Foi corretamente dito que,
como Adão, o judeu foi formado pela Lei, e a Lei, pela sua antiquíssima
influência através de gerações, acordou instintos especiais, uma maneira
especial de sentir, de reagir, de se comportar, passou para o sangue, e
continuou a atuar no judeu sem ele disso estar diretamente consciente ou de o
querer. É uma essência, um modo incoercível de ser, que permitiu a Israel
preservar a sua unidade, e o seu princípio, a Lei judaica, o espírito
talmúdico, persiste e atua hoje, fatalmente, tanto de uma maneira atávica e
inconsciente, ou de uma maneira oculta, ou de outra maneira mais ou menos
tortuosa.
Aqui outra prova decisiva da veracidade dos ‘Protocolos’
como um documento judaico torna-se aparente, nomeadamente, que extrai da Lei
todas as suas consequências lógicas no plano da ação significa, precisamente,
chegar mais ou menos ao que é essencial nos ‘Protocolos’: o Judaísmo
Internacional lutou para provar que os ‘Protocolos’ são ‘falsos’, enquanto
tomando grande cuidado para evitar a questão se o documento, verdadeiro ou
falso, corresponde ao espírito judaico. E é precisamente esta a questão que
gostaríamos de examinar agora. A Lei judaica é baseada na distinção radical
entre o judeu e o não-judeu, o que é apresentada mais ou menos nos mesmos
termos que entre o humano e o animal, ou aquela entre a elite e os escravos;
daqui é derivada a promessa de que o Reino Universal de Israel virá mais cedo
ou mais tarde, e que todos os povos terão de se submeter ao cetro de Judá; é o
dever do judeu de apenas ver violência e injustiça em toda a lei que não é a
Lei, manifestar um tormento, e uma abjeção, se o seu poder é menos que
absoluto; daqui deriva uma dupla moralidade que limita a solidariedade à raça judaica,
enquanto aprova todo o tipo de mentiras, truques e traições, nas relações entre
judeus e não-judeus, fazendo dos segundos proscritos; finalmente encontramos a
santificação do ouro e do juro como instrumentos do poder do judeu, a quem, por
promessa divina, toda a riqueza da terra deve peculiarmente pertencer, e que
deve ‘devorar’ qualquer povo que o Lorde Lhe entregar. O Talmude vai ao ponto
de dizer: “Até o melhor dos não-judeus (goyim) merece a morte.” No Shemoneh
Esreh, uma reza judaica diária, lê-se: “Que os apóstatas percam toda a fé, que
os nazarenos e os minim (os cristãos) pereçam no campo, sejam eliminados do
livro da vida e não tenham contato com os justos.”
“Ambição sem
limites, sede devoradora, desejo cego de vingança e excessivo ódio”, pode-se
ler no Protocolo XI, e é difícil encontrar uma expressão mais apropriada para o
que é revelado àquele que penetra na essência judaica. A esperança do Reino
nunca partiu do judeu e nesta esperança encontra-se o segredo da força
silenciosa que permitiu a Israel persistir e permanecer verdadeira à sua
própria natureza através de séculos, tenaciosa, obstinada, orgulhosa e vil ao
mesmo tempo. Ainda hoje, todos os anos, as comunidades judaicas evocam a
seguinte promessa durante a celebração do Rosh Hashanah: “Levantem as mãos em direção aos céus e
aclamem Deus enquanto regozijam, já que Jeová, o Mais Elevado, o terrível,
submeterá todas as nações e as prostrará aos nossos pés.” Para estas citações
textuais e para as declarações oficiais dos representantes do Judaísmo,
incluindo atuais, referimos o leitor para os números de Maio e Junho da ‘Vita
Italiana’ e para o ‘Fatti e Commenti’, assim como para os seguintes trabalhos: E.
Vries de Heekelingen: 'Israël, son passé, son avenir' (Paris, 1937); U.
Fleischhauer: 'Die Echten Protrokolle der Weisen von Zion' (Erfurt, 1935); E.
Jouin: 'La judéo-maçonnerie et l'église catholique' (Paris, 1921).
O
leitor encontrará num apêndice [aqui não incluído] documentação específica de
citações textuais e de declarações de representantes, incluindo contemporâneas,
do Judaísmo, da “tradição” israelita.
Então,
a convergência teórica entre a essência dos ‘Protocolos’ e aquela do Judaísmo é
indisputável e podemos inferir que, mesmo que os ‘Protocolos’ sejam inventados,
o autor escreveu o que os judeus fiéis à sua tradição e à vontade funda de
Israel teriam pensado e escrito.
Não
se deve imaginar, portanto, que esta discussão é uma questão de deslocamento
retrospetivo e que a Lei é meramente um mito religioso oriundo de um passado
remoto e ‘ultrapassado’. Os judeus fiéis à sua tradição são bem mais numerosos
do que é comumente acreditado, ou do que se é levado a acreditar. Mas é
necessário reconhecer que a influência do Judaísmo não está limitada a estes
fiéis: a influência da lei seguida continuamente por séculos não desaparece de
um dia para o outro, mas manifesta-se perpetuamente, de uma forma ou de outra,
em qualquer substância judaica. De acordo como o que tem sido dito acima acerca
da essência da Lei, que considera injusta e violenta qualquer ordem que não
seja a seguida pelo ‘povo escolhido’, segue-se necessariamente que o judeu
tende, consciente ou inconscientemente, a toda a agitação e subversão, a um
projeto contínuo de corrosão. É assim hoje e assim o será para sempre. Na era
clássica, a Judiaria era já significativamente assimilada à estirpe ‘Tifónica’,
isto é, a forças desintegrativas obscuras, inimigos do deus solar, geradoras
dos ‘filhos da revolta impotente’. Theodor Herzl, fundador do Sionismo,
reconheceu que os judeus, por um lado, sempre formaram um corpo de oficiais
não-comissionados, como se fossem partes revolucionárias e, por outro lado,
sempre usaram o terrível poder do ouro de maneiras multifacetadas. A oposição
entre as duas Internacionais, a revolucionária e a financeira, é apenas
aparente e meramente a expressão da natureza dos dois objetivos estratégicos; o
milionário judeu Schiff, que publicamente se gabava de ter financiado e trazido
a revolução bolchevique, é apenas um caso revelador entre muitos outros,
escondidos atrás das cenas da história ocidental. De novo, o apêndice [aqui não
incluído] oferece materiais preciosos ao leitor, ao qual pode ser acrescentado
o que a ‘Vita Italiana’ tem trazido à luz metodicamente.
Atenção
também deve ser dada ao trabalho destrutivo que o Judaísmo tem alcançado,
bastante de acordo com as estipulações dos ‘Protocolos’, especialmente no campo
cultural, onde a destruição se tem tornado protegida pela Ciência, Arte e
Pensamento. Freud, cuja teoria tenta reduzir a vida interna aos instintos e a
forças inconscientes, ou a convenções e repressões, é judeu; Einstein, cujo
‘relativismo’ se tornou de bom gosto, é judeu; Lombroso, que perversamente
equiparou génio, crime e loucura, é judeu, como o são Stirner, o pai do
anarquismo absoluto, e Debussy (meio-judeu), Schönberg e Mahler, os maiores
representantes da música decadente. Tzara, criador do Dadaísmo, o limite
extremo da desintegração da chamada avant-garde, é Judeu, e também o são
Reinach e muitos outros representantes da escola sociológica, que é
caracterizada pela interpretação degradada das antigas religiões. Nordau, que
quer reduzir a essência da civilização a convenções e mentiras, é também judeu.
A ‘mentalidade primitiva’ é em grande medida uma descoberta do judeu Levy-
Brühl e é ao judeu Bergson que devemos uma das formas mais notáveis de
irracionalismo, a exaltação da ‘vida’ e do ‘devir’ à custa de qualquer
princípio intelectual mais elevado. Ludwig, cuja biografia contém tantas
distorções tendenciosas, é Judeu. Wassermann e Döblin são judeus, como toda uma
série de novelistas em cujos trabalhos uma crítica corrosiva e mordaz dos
valores sociais essenciais pode ser sempre encontrada. E por aí adiante. Somo
tao ingénuos para considerar tudo isto, uma vez mais, um tema do ‘acaso’? A
mesma influência emana de todas estas personalidades, cujo efeito destrutivo
propaga-se nos seus domínios respetivos, e pode-se desde logo ouvir os berros
de ‘barbarismo’ e de ‘racismo fanático’ assim que eles são impugnados. Para
rebaixar, para transformar todos os pontos fixos em variáveis, para tornar
todas as certezas problemáticas, para sensualizar, para exaltar
tendenciosamente tudo o que é inferior no homem, para espalhar uma espécie de
terror, calculado para favorecer o autoabandono a forças obscuras e para
pavimentar o caminho para influências ocultas do tipo descrito nos
‘Protocolos’; este é o verdadeiro significado do Judaísmo cultural. Não
pensamos que existe aqui um plano genuíno, ou até uma intenção precisa da parte
de todos os indivíduos; o que entra em camp é a ‘raça’, isto é, um instinto; da
mesma maneira, é da natureza do ferro queimar. O facto mantém-se que toda a desorganizada,
inconsciente influência está em perfeito acordo com a influência oculta,
integral, unitária das forças escondidas da subversão universal. Em ordem para
reconhecer a existência do Judaísmo internacional, não é necessário afirmar que
todos os judeus são guiados por uma organização genuína e que toda a sua ação
segue conscientemente um plano. O elo é estabelecido em grande medida
automaticamente, por natureza. Quando isto se torna claro, outro aspeto da
veracidade dos ‘Protocolos’ é imediatamente confirmada.
O
que é debatível, no entanto, é a verdadeira natureza dos objetivos principais
dessa influência indisputável. A parte problemática dos ‘Protocolos’ é aquela
que lida com a reconstrução, não com a destruição. Quando Nilus compara, num
tom apocalíptico, o ideal principal dos ‘Protocolos’ à vinda do Anticristo (a
obsessão da alma eslávica), ele simplesmente delira. A verdade é que este
ideal, basicamente, é a ideia imperial, nem mais nem menos – e mesmo numa forma
mais elevada: uma autoridade de direito divino absoluto e inviolável, um
sistema de classes, um governo de homens que possuem um conhecimento
transcendente e que desprezam todos os mitos racionalistas, liberais e
humanitários; defesa de uma indústria artesanal e luta contra a luxúria. O
ouro, uma vez a sua missão completa, será ultrapassado, assim como será a
demagogia, todos os ‘princípios imortais’ e todas as ilusões e sugestões usadas
e espalhadas como meios. Aí fica uma promessa de paz e de liberdade, respeito
pela propriedade e pela pessoa, para quem reconhece a Lei dos Sábios do Sião. O
soberano, escolhido por Deus, dedicar-se-á à destruição de todas as ideias
ditadas pelo instinto e pela animalidade; uma personificação, de uma maneira,
do destino, ele será inacessível à paixão, e mestre de si mesmo e do mundo à
sua volta; o seu poder será tão inabalável que ele não necessitará de um guarda
armado perto de si (III, XXII, XXIII, XXIV).
Os
‘Protocolos’ perdem muito do seu significado se não se separa essa parte do
resto, porque, se tal fosse o seu verdadeiro objetivo, eles poderiam basicamente
receber uma justificação. Mas, para nós, tudo isso é fantasia. Nós tentámos, em
vez, analisar o processo que levou à paradoxa associação entre estes
revivalismos de ideias tradicionais, ligados ao ideal do ‘Regnum’, e os motivos
da subversão anti-tradicional: aqui, vemos antes um desvio, culminando numa
verdadeira ‘inversão’, de certos elementos dos quais o espírito original se
retirou; elementos que, deixados a si próprios, ficaram sob a influência de
forças de um tipo bem diferente. Nós tentámos noutro lugar determinar as fases
sucessivas desta inversão e perversão (veja o nosso 'Trasformazioni del
Regnum', em Vita Italiana, Novembro de 1937). A parte positiva, que
traçamos nos ‘Protocolos’, é aquela de onde demonstramos como existe, em todos
os processos destrutivos do mundo moderno, algo que não aconteceu ‘por acaso’,
algo que mostra um ‘plano’ e a presença de forças ocultas. Já falámos sobre o
papel que o judeu teve aí, e pensamos que é errado concluir que tudo o que fez,
fez com o ideal do império espiritual em vista, como descrito nos ‘Protocolos’.
E mesmo que este não fosse o caso, para nós que não somos judeus, o resultado
seria o mesmo, já que disputamos o direito de Israel de se considerar como o
‘povo escolhido’ e de reclamar um Império que implicaria a submissão de todas
as outras raças. Não estamos de modo algum dispostos a conferir absolvição por
este crime. Conhecemos toda a grandeza da Europa imperial, aristocrática e
espiritual e sabemos que toda essa grandeza foi destruída. Lutámos contra as
forças que causaram essa destruição e sabemos do papel que os judeus tiveram
então, e têm hoje, dentro dela, e sabemos que eles podem ser, hoje, encontrados
necessariamente em todos os mais virulentos centros da revolução internacional.
O nosso conhecimento em relação a isto não requer que nos ponhamos quaisquer
perguntas adicionais. No entanto reconhecemos que as posições mais antissemitas
não estão à altura da verdadeira tarefa, já que, pela ideia de raça, de nação,
de anti-revolução, de anti-bolchevismo, de anti-capitalismo, este ou aquele
setor da frente judaica e da mais vasta subversão à que está associada, pode
certamente ser afetada, mas não chegaremos ao seu âmago. Os mitos políticos da
maioria não contam muito, o seu alcance é curto, a sua validade é
frequentemente afetada pelos próprios demónios que eles esperam curar. O que é
necessário é um retorno total à ideia espiritual de império, à vontade precisa,
dura, absoluta de uma verdadeira reconstrução em todos os domínios e, portanto,
primeiro, nesse espírito, sobre o qual tudo o resto depende. O Protocolo V
contém uma menção realmente significativa, reconhecendo que só um Soberano que
retira a sua autoridade de um ‘direito divino’ pode realmente aspirar a um
império universal, e que os ‘Protocolos’ acrescentam que só alguém com a
aparência similar de sentido oposto estaria numa posição de combater os ‘Sábios
do Sião’; e que esse conflito entre ele e eles “seria de tal natureza como o
mundo nunca conheceu.”
Os
‘Protocolos’ concluem: “Mas é tarde demais para eles” – isto é, para nós. A
nossa visão é a oposta desta. No tempo presente, forças de todos os lados estão
a aparecer para a reconquista, porque o destino a que a Europa parecia
condenado pode ser revertido. Estas forças devem estar completamente
conscientes das tarefas e dos princípios que inflexivelmente determinam a sua
ação, e devem ter a coragem para serem radicais, especialmente no plano
espiritual, e para rejeitar todo o compromisso, para preparar as condições para
a formação de uma frente tradicional internacional, e que continuem nesta
direção até que o conflito “de tal natureza como o mundo nunca conheceu” os
encontre unidos num bloco único, inquebrantável e irresistível.
1.
Conde Alexandre du Chayla
foi um aristocrata francês que se converteu à ortodoxia e subsequentemente
lutou no exército Branco contra os Bolcheviques. Em 1909 conheceu Nilus, que
lhe mostrou o ‘original’ do documento e mais tarde disse que a questão da sua
autenticidade não lhe interessava demasiado: “Vamos admitir”, disse a du
Chayla, “que os ‘Protocolos’ são falsos. No entanto, não pode Deus usá-los para
desvendar a iniquidade que eles fermentam? Não pode Deus, pela nossa boa-fé,
tornar ossos de cães em relíquias miraculosas? Ele pode então pôr numa boca
mentirosa o desvendar da verdade!”
2.
O nome deste jornal é na
realidade New York World.
3.
“… A extensão com que
toda a existência deste povo é baseada numa mentira contínua é mostrada
incomparavelmente pelos Protocolos dos Sábios do Sião, infinitamente detestados
pelos judeus. Eles são baseados numa falsificação, o Frankfurter Zeitung
queixa-se e grita uma vez cada semana: esta é a melhor prova da sua
autenticidade […] O importante é que, com certeza positivamente terrorífica, eles
revelam a natureza e a atividade do povo judeu e expõem os seus contextos
internos, bem como os seus objetivos finais.” (A. Hitler, ‘Mein Kampf’). Alfred
Rosenberg, no seu ‘Os Protocolos dos Sábios do Sião e as Políticas Judaicas
Mundiais’, publicado em Munique em 1923, conclui que “As políticas de hoje são
verdadeiras em todos os detalhe às afirmações e ao plano exposto nos
‘Protocolos’.”
4.
No entanto, na 'La
scienza ebraica, la teoria della relatività e la "catarsi demoniaca"'
(Vita Italiana, Maio de 1940), Evola, sob o pseudónimo ‘Arthos’, trouxe
à luz “as relações que existiram desde os tempos mais antigos entre o Judaísmo
e a inclinação para uma especulação matemática abstrata e sem vida”, e notou
que “essa religião, à sua custa, traz-nos de volta para uma oposição entre
visões gerais do mundo e origina naquela negação do mundo como cosmos, como
unidade orgânica e viva, que caracterizava o semita em oposição ao ariano”.
Mais concretamente, acrescentou que “pode ser notado que a álgebra e a
aritmética foram trazidas para o Ocidente pelos semitas e pelos árabes; os
números que permitem operações algébricas são precisamente aqueles chamados
‘arábicos’ e que eram desconhecidos, por exemplo, para os romanos, que tinham
os seus próprios métodos de cálculo – já que, obviamente, com números romanos é
impossível realizar as mais básicas operações aritméticas conhecidas de todos
hoje”. Nós, não entendemos estas considerações caricatas, já que podem ser
desenvolvidas para ajudar-nos a concluir que a chamada moderna ‘ciência
ocidental’ não teria sido possível sem a contribuição semítica.